a historia do Dodge Charge R/T 1979.
"O lado emocionante da vida"
Com a frase "O lado emocionante da vida", em setembro de 1978, a várias vezes finada Chrysler do Brasil deu uma "virada de mesa" em sua linha de produtos "grandes", já para a chamada linha 1979: mudou a frente e a traseira dos modelos, lançou duas linhas luxuosas -Magnum e LeBaron- e modificoucompletamente o seu esportivo, o Charger R/T. Assim, sua linha de V8 ficou composta por Dart, Magnum, LeBaron e Charger R/T.Caracterizado até 1978 pelas extensões das colunas traseiras, que tinham nítida inspiração nas lanchas dos anos 60, o Charger passou a ser, na verdade, pouco mais que um "up-grade" do Dart. Era o prenúncio do fim que se avizinhava, com a recente aquisição da marca pela Volkswagen do Brasil.Desprezado pelos fãs mais ardorosos dos Charger, que enxergam no modelo de 1979 uma espécie de "ovelha-negra" da linhagem, na verdade é o Dodge mais raro fabricado no Brasil; o modelo teve baixíssima produção (segundo dados da própria Chrysler menos de 200 foram produzidos). Isso torna indispensável a atenção sobre este Charger, quase uma obrigação para os antigomobilistas, em especial neste momento de reencontro dos colecionadores ou novos colecionadores com a história da indústria nacional. Este ano de 1979 representa o de maiores modificações recebidas no Charger desde seu lançamento, em 1971, apesar de muitos considerarem um retrocesso em termos de esportividade. Não é assim que pensamos.Por Dentro:No habitáculo, nada foi mudado em termos dimensionais. Espaçoso na frente, acanhado atrás, por conta do túnel central e da baixa altura do assento, o Charger R/T, a exemplo do seu irmão mais caro Magnum, ficou um tanto quanto "abafado", por conta das persianas laterais externas, denominadas "opera window" ("janelinhas" no Magnum, em lugar das persianas). Se por um lado estes itens de decoração têm um inconveniente, que é a limpeza externa do vidro, por outro acrescentam muito no visual do carro, praticamente modificando o desenho da lateral, o mesmo recurso estilistico que foi utilizado no Dodge Aspen R/T norte-americano de 1979.Para 1979, novos revestimentos de tecido deram lugar ao couro que até então era característico dos Charger. Os encostos dos bancos dianteiros são altos. O contagiros, item obrigatório em qualquer carro de pretensões esportivas, foi eliminado, dando lugar a um inútil relógio (é de se imaginar que o consumidor deste tipo de carro pelo menos usasse relógio de pulso...). Painel de instrumentos e seus grafismos, almofada de proteção, acionamento dos vidros por manivelas, nada mudou. Há um console central com porta-objetos, que incorpora a alavanca de câmbio (o freio de estacionamento éacionado por uma haste sob o painel) e o condiconador de ar era opcional. O espelho retrovisor externo conta com controle remoto (por cabos), não havendo a a opção para espelho do lado direito.O volante original tem quatro raios, genérico à toda linha. No modelo mostrado nesta reportagem, o interior é azul-claro, incluindo carpetes, revestimento do teto e laterais, em combinação com a pintura externa, e o volante foi substituído por um de Charger mais antigo, de três raios, revestido de camurça azul. O rádio toca-fitas original e a antena elétrica também são (raros) opcionais da época.---Por Fora:Pintura em dois tons era o grande diferencial do Charger R/T 1979. Podia ser em bege e marrom ou azul claro e escuro, como este que apresentamos. A pintura básica é azul claro metálico, com a porção superior do capô e para-lamas dianteiros, bem como os dois-terços dianteiros da capota em azul-escuro metálico. Onde há a junção das duas cores existe um filete adesivo, justamente para dar qualidade de acabamento. Esta unidade foi restaurada ao extremo tendo recebido cuidadoso processo de repintura executado pela oficina Fast Fix, de São Paulo, SP. Raspado literalmente até a chapa, a pintura original foi completamente eliminada, de forma a corrigir defeitos definitivamente; depois foram reproduzidas as duas cores originais por meio de amostras prevíamente reservadas. Trabalho que consumiu praticamente um ano, mesmo não havendo um ponto de ferrugem sequer na carroceria.De 1978 para 1979 os Dodge sofreram mudanças de estilo profundas. A frente dos Dart passou a ser a mesma dos modelos norte-americanos de 1973, enquanto Charger, Magnum e LeBaron receberam projetos exclusivos desenvolvidos no País, não encontrando similar nos Estados Unidos. Conta com quatro faróis bi-iodo e "nariz" em fibra-de-vidro; na traseira, o Charger recebeu conjunto de lanternas horizontais importado, idêntico ao utilizado nas linhas Dart, Custom e Swínger norte-americanos de 1974, além de nova tampa do porta-malas. Novos pára-choques foram incorporados ao carro, que, na dianteira, contava ainda com um acabamento em fibra de vidro imitando um sistema retrátil, posicionado entre a extremidade do pára-choques e dos pára-lamas. Outro detalhe externo exclusivo, e que só se repetiria no ano s